sábado, setembro 15, 2012

Porque o paulistano rejeita o câncer da esquerda

Para qualquer um, o ibope é como a cabeça do bacalhau: deve existir, mas nunca ninguém viu. Ou, no caso, foi entrevistado.Mas o que importa é que, de alguma maneira, conseguem extrapolar para uma população, aquilo que um cidadão pensa. Posso assim, com toda a autoridade, falar em nome do paulistano. 

Devido ao mau cheiro que grassa por todo esse país, faz-se muito oportuno falar sobre o perfume paulistano. Cuja essência vai inscrita no próprio Brasão que ilustra a bandeira da Cidade. Inscrito não numa paupérrima sublinguagem utilizada nas "comunidades", como se costuma dizer. Mas em bom Latim: non ducor duco.

Arrogância? Não, apenas orgulho. De uma terra toda feita de oportunidades. Boas oportunidades nunca são dadas de graça. Elas se imiscuem e se camuflam. Por vezes, até nas adversidades. E quando a caçamos, feito a um Bandeirante atrás de esmeraldas, temos a chance, jamais a certeza, de encontrá-la. Por fim, quando, e se, a encontramos, ela vem feito a pedra bruta. Nunca se nos mostra como a um brilhante, polido e embalado em uma caixa, com correntinha, coisa e tal. Encontramos o diamante em sua forma bruta. Será com o trabalho que conseguiremos lapidá-lo e encontrar a riqueza e a beleza da oportunidade conquistada. E tudo o mais que decorre disso. Por exemplo, dirigir a própria vida, sem ser dirigido. O que resume, simboliza e vai expresso na bandeira.   

Ante que possa ser tachado de nefelibata, explico: pretendia embasar a razão da ojeriza que o bom paulistano nutre pelo pt, petismo, lulismo, socialismo e outros ismos que o valha. Muito embora o malfadad partido, liderado estranhamente por quem nunca trabalhou, tenha aqui florescido e nascido, justamente por ser uma terra de oportunidades, a sua ação no poder nega peremptoriamente o seu berço. São Paulo conhece o pt dos seus românticos tempos, onde militantes vendiam brochinhos para angariar dinheiro e "crescer". Isso, quando ainda apenas  ferrenha oposição, visionários vendiam o sonho de um Brasil maravilhoso.    

O Poder corrompe mesmo. Ao conquistar a chave do cofre, tudo se transforma. Aos visionários, o aviso: o sonho acabou! E o seu Brasil mostra então a cara: uma cara até retocada por meio de cirurgia plástica. Como uma genuína estória de brasileiro, o grande mentor de toda a tramóia é um Zé. O Mula, apenas uma sua marionete, que fala bem e vende até geladeira pra esquimó. E compra, em suaves prestações, qualquer oposição. E escorraça do partido aqueles ainda possíveis sonhadores, pois já não lhes sobra lugar no verdadeiro plano. E, como em 1984 (o livro), cria o ministério da verdade, com o fim de apagar e modificar o passado. Sendo que tudo não passa de mais uma forma de encher os cofres do partido: a indústria do perseguido político. E toda a sorte de maracutaias: onde houver dinheiro público, lá estará um tentáculo do monstro que avassala o país inteiro. Mas, o pior de tudo: não aterroriza. Apenas pinta, com notas do tesouro público, o monstro, feito a uma cirurgia plástica, com cara de bom menino. 

E o paulistano continua trabalhando... Eventualmente, em algum feriado, encarando horas de engarrafamento para curtir um merecido descanso. Um escudo o protege dessa dantesca, diabólica e maquiavélica novela engendrada,  em cartaz no Cine Brasil, há doze longos anos. A novela não passa em São Paulo. Apenas a bancamos, com o nosso suor, o perfume paulistano. Eis a razão da ojeriza que o paulistano nutre pelo petismo e o seu Zé, que fez cirurgia plástica no rosto e na pretensa ideologia. 

Aquele ibope não consegue explicar a rejeição ao malfadad atual do pt. A rejeição não é a ele, mas a quem ele simboliza. Se o próprio deus fosse candidato pelo pt, teria rejeição de 100% em São Paulo. Ou melhor: não cem, mas menos uma porcentagem comprada  em mensalidades, para o apoio. Em meio a eles, alguns poucos e iludidos ainda sonhadores, anacronicos, por certo. 

Saindo da esfera filosófica e falando de realidades. Após os costumeiros acertos e malas endolaradas encaminhadas a alguma ilha do pacífico, a Dona Martaxa leva o seu ministério e passa a mostrar um deslumbramento repentino pelo candidato que lhe tomou o lugar. Em seu discurso oportunista, critica o Serra por abandonar o cargo no meio do caminho. Justo ela, que foi eleita há seis meses como senadora e abandonou o cargo, por um lucrativo ministério. Ele, que nada tem de santo, mas apenas mais um guerreiro,  o fez por uma boa causa: tentar barrar o petismo do Zé nas fronteiras de São Paulo. Guerra Santa, poder-se-ia dizer. Ela, abandona o cargo por uma lucrativa proposta. Ela, jocosamente apelidada pelo paulistano de Martaxa. Um (des)governo tenebroso nessa São Paulo que ela, não fosse vendida/comprada, deveriam bem governar. Mas os tentáculos daquele monstro, em seu tempo, chegaram por essas terras de Piratininga. O império da incompetência, mesclado com a ganância por verbas públicas. Quem não se lembra do seu lema de governar no melhor estilo "relaxa e goza"? Finalmente, coroando as suas asneira como prefeita, o troféu "Galinha Preta" oferecido quando de sua visita à Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Eis a sua experiência que empresta ao agora malfadad candidato do pt. 

São Paulo simplesmente rejeita a esquerda porque ele é pautada pelos favores, apropriação indébita, falsidade ideológica e casuísmos, quando aqui  se fala a linguagem da competência. O "perfume paulistano" contrasta com o cheiro de podridão que assola o País inteiro. Rejeita, mesmo que fosse uma esquerda genuína, defensora dos fracos e oprimidos. Que somos todos nós, cidadãos à mercê de um Estado dominado e inerte, quando convém. No caso do petismo, além da rejeição ao que possa ser esquerda, a ojeriza ficar por conta da consciência de que se trata tudo de um grande engodo. Uma mentira. Estelionato. O uso da "defesa dos fracos" apenas para justificar um discurso bonito, mas mentiroso. Não se trata de um grupo com uma canhestra ideologia rejeitada, mas de uma corja formando uma imensa quadrilha. Não é caso de rejeição eleitoral, é caso mesmo de Polícia. A ser julgado pela justiça "dos comuns", não em foro privilegiado.

Um comentário:

Jurema Cappelletti disse...

Muito bom e devidamente sugerido ("com direito a uma imagem bem de acordo com o ... bacalhau").

Um abração, Ju